Quando os pais de Lina perceberam que a barriga da filha de apenas 5 anos crescia de forma espantosa, chegou a procurar os curandeiros da tribo dos Xamãs para um “consulta”. As pessoas da vila acreditavam que a menina estava possuída pela cobra Apu, que invade o corpo da vítima e vai crescendo até matá-la. A suspeita também era que todo aquele volume abdominal fosse um tumor gigantesco.
Lina foi atendida então por um médico que não quis acreditar no diagnóstico: Aquela menina de apenas 5 anos de idade estava no sétimo mês de gestação. Diante de tamanho absurdo, foi necessário buscar a opinião de outros médicos que confirmaram a gravidez. O parto aconteceu por meio de uma cesariana em 14 de maio de 1939. O bebê, um menino, pesava 2,7 kg foi chamado de Gerardo em homenagem ao médico que acompanhou todo processo.
Mas como isso é possível: Os médicos confirmaram que Lina Medina teve um desenvolvimento sexual muito precoce. Apesar de se comportar como uma criança normal, com apenas oito meses de idade, a garota apresentava sinais de maturidade sexual como pequenos seios e já havia tido sua primeira menstruação. Normalmente, a puberdade precoce é causada pela liberação de gonadotrofinas (hormônios sexuais) pela hipófise bem antes do tempo. A liberação precoce dos hormônios pode ser causada por uma anomalia hipofisária ou por uma anomalia do hipotálamo (região do cérebro que controla a hipófise).
Lina Medina ainda é viva, tem 80 anos. Seu filho Gerardo morreu aos 40 anos de idade devido a uma doença na medula óssea. Lina nunca revelou quem era o pai da criança e até hoje se recusa a falar sobre o assunto.